Caminhei até ao jardim, expirando o seu ar puro e deixando-me encantar pela sua beleza sombria e misteriosa. Adorava simplesmente!

Sentei-me num dos bancos do jardim e olhei tudo em volta. Ora aí está um bom sítio para ser o meu retiro e que dá uns óptimos desenhos.

Peguei no pequeno bloco que tinha na minha mala e na grafite começando a desenhar o que se encontrava à minha frente com um sorriso.

Sorri ao vê-la desenhar e desci da árvore de novo, sentando-me ao lado dela.

Assustei-me com o meu colega de camarata a descer da árvore e mandei um grito.
- És macaco agora ou só estavas a expiar-me?

- Um bocado da primeira! - Exclamei numa gargalhada animada.

- Nem tens muito pêlo!
Comentei, rindo-me com ele.

- Na verdade não, sou um pouco contra o excesso de pelo! - Exclamei sorrindo-lhe adorávelmente.

Ri-me.
- Tenho de concordar com isso! - sorri fofa.

Ri.
- Também és assim? - Questionei.

- Claro :o
Ri-me e continuei a desenhar.

- Ainda bem! - Sorri e olhei em frente.

- Porquê?
Perguntei enquanto desenhava com um sorriso.

Ah, o jardim. Eu já estive em muitos jardins, mas este é simplesmente fantástico! Sinto-me muito bem aqui. Reparei nos dois jovens que conversavam alegremente, sentados num dos bancos. Como não queria perturbar nada nem ninguém, decidi afastar-me um pouco, silenciosamente, para que não me vissem ou ouvissem. Sentei-me num outro banco, mais lá ao fundo. Inclinei a cabeça para trás, e fechei os olhos. Será que alguém me viu, e vai ter a gentileza de vir ter comigo? Gostava de conhecer alguém, sinto-me só.

A vinda para este colégio tinha sido de todo, uma viagem diferente. Quando chegara o tempo mudara drasticamente e uma enorme tempestade formara-se e depois de um grande raio, tudo voltou ao normal e o céu ficou limpo e azul. Tentei não ligar aquilo e fui pousar as malas ao meu quarto que era lindo. Não estando interessada em ficar dentro de quatro paredes fui para o jardim, levando o caderno de desenhos e o lápis comigo. Uau, de certo isto era lindo. Sentei-me a sombra de uma arvore e comecei a desenhar uns passaros que pousavam num ramo quando de repente o desenho inacabado começou a mexer-se e um dos pequenos seres que tinha desenhado, saltara para o meu braço. Soltei um guincho e estiquei o braço, ficando muito quieta - O que é isto ? - perguntei assustada.

Era mais num daquelas dias em que as aulas de Francês não me interessavam. Deambulei pelos espaços do colégio, tentando encontrar algo com que me entretivesse. Até àquele momento, nada me chamara a atenção.
Estava a passar junto ao jardim quando ouvi um grito. Virei-me para entender o que se passa e dei por mim a pousar o olhar numa rapariga. Demorei alguns minutos a entender a sua situação. Aproximei-me pela calada - Não sabes o que é que acabaste de fazer? - Perguntei divertido, visualizando os pássaros ganhar vida.

- Não - disse completamente em panico enquanto os passaros chilreavam no meu braço, cantando todos contentes - E peço-te que os tires daqui - olhei para ele e fiz um beicinho adoravel - e se souberes o que me esta a acontecer podias-me tambem esclarecer porque nao sei o que aconteceu ao meu desenho

Tentei não soltar, de todo, umas gargalhadas. Ela tinha de ser novata por aqui.
- Está bem - Passei a minha mão perto dos rabiscos com vida e em poucos segundos eles voaram para longe - Já percebi que és novata por aqui... Quando entraste no colégio pela primeira vez aconteceu uma pequena tempestade, certo?

Assustei-me quando ouvi o grito da rapariga. Conseguia vê-la dali, mas não percebi o que se tinha passado. Decidi aproximar-me dela.
Estás bem? - Perguntei-lhe docemente, olhando depois o rapaz. - Eu só vim ver se estavas bem, não vos roubo muito tempo... - Disse envergonhada, percebendo que estava a mais.

- Sim, aconteceu uma tempestade mas passou e ficou tudo bem - levantei-me e sorri - eu sou a beth - dei-lhe um beijinho na bochecha - sim, foi só uma coisa muito estranha. um dos meus desenhos ganhou asas e voou da folha - ri-me porque dito desta maneira tinha muita piada.

Como +e que eu lhe ia explicar agora que ela arranjara um superpoder? Aclarei a voz e disse-o de uma vez - não era rapaz para rodeios.
- Este colégio tem certas... hum, especialidades. Essa tempestade forneceu-te um poder, um dom ou que quer que lhe queiras chamar...
Sorri para as duas - O teu poder é esse, parece-me. Tu desenhas e torna-se realidade.

Olhei para ele e depois para o meu caderno de desenhos - Estás a querer dizer que agora tudo o que eu desenhar vai ganhar vida ? - perguntei, arregalando os olhos - que fixe - ri-me enquanto batia palmas - como te chamas ? - perguntei